07 Fevereiro, 2018 15:50

Mder desenvolve ações de conscientização sobre a sífilis congênita

*por Astrid Lages

Acolher as mães da Maternidade dona Evangelina Rosa (MDER), com recém-nascidos em tratamento de sífilis: Este é o intuito do Projeto Permanecer, lançado por equipe multidisciplinar nesta manhã (07/02) na Instituição Hospitalar.
O projeto tem como objetivo desenvolver ações de sensibilização sobre sífilis congênita e fortalecer atitudes de adesão ao tratamento, minimizando os sofrimentos decorrentes da hospitalização prolongada. Com esse objetivo, a equipe trabalhará, dentre outras ações, com informações sobre a importância da continuidade do tratamento após a alta da Maternidade, promover reflexões sobre a prevenção em gestações posteriores, apontar os riscos do não tratamento. Bem como, acompanhar as demandas decorrentes de internação prolongada e dos sentimentos decorrentes do tratamento do bebê.
Comporão a equipe assistentes sociais, psicólogos (as), enfermeiros (as), médicos (as), além de estagiários (as) de Serviço Social , Psicologia e Medicina. O local escolhido para o Projeto piloto será a sala de enfermagem da Ala B e acontecerá as terças e quintas – feiras às 9h. Dentre as metas estão a redução à resistência das usuárias em permanecer com seus recém-nascidos que recebem tratamento através de punções à base de penicilina, redução do estresse e angústias causadas nas parturientes decorrentes da internação prolongada.
De acordo com Adna Alves, psicóloga da MDER, a idéia surgir ao perceber que muitas mães portadoras da doença, pelo fato de ter que permanecer para o tratamento de sífilis passavam por uma situação dolorosa, inclusive, em muitos casos resistiam à permanecer para o tratamento do filho. Já a assistente social Josiana Alzira apontou que a orientação é essencial . “Muitas vezes essa resistência das mães acontecem porque elas realmente não sabem o que é a Sífilis. E o mito maior: que a doença não tem cura”, destacou Josiana, ressaltando que o equipe do Serviço Social tem como orientar esclarecendo o que é a Sífilis, qual o tratamento e a importância da intervenção junto ao bebê.
A Responsável Técnica da Ala B, enfermeira Mary Karla, destacou que após o tratamento na Evangelina, as crianças fazem o acompanhamento trimestral nas suas respectivas Unidades de Saúde, até completar 18 meses com resultados negativos, que assegura a cura total da doença na criança. Segundo Mary, a metodologia será com a identificação dos casos, com visitas diárias para informar quem são as mães que têm a doença e quais os bebês que terão que ser submetidos ao tratamento. “ Na identificação, chamaremos as mães para uma roda de conversa para as principais informações que elas precisam ter”, declara a enfermeira ressaltando que muitas não têm nenhuma idéia sobre a doença que deveriam ser passadas pela atenção básica durante a gravidez. “Nem sempre isso acontece, então vamos fazer esse resgate”, completa.
Aulas, discussões e momentos com os profissionais e pacientes para uma conscientização de que essa doença existe que é de fácil tratamento, diagnóstico e condução, alertando que a sífilis passa por uma educação da sociedade para barrar o crescimento da doença que vem sido registrado.

 

Casos de Sífilis


O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) fez um levantamento e constatou um aumento nos casos de sífilis no Piauí, como está ocorrendo em todo o país e em algumas partes do mundo. A doença adquirida, passando a ser de gestante, passa a ser uma sífilis congênita (no bebê). As repercussões podem ser leves ou graves nos recém nascido.
Em 2017, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SESAPI), em 2017 foram 420 casos de sífilis, um aumento considerável em relação ao ano de 2016 que foram registrados 193 casos.